Curso de Graduação Física Médica
Publicado: 08/07/2019 - 00:00
Última modificação: 17/11/2021 - 17:18
Apresentação
A Física Médica é o ramo da Física que compreende a aplicação dos conceitos, princípios, modelos e métodos da Física no ambiente clínico e na pesquisa aplicada, para o diagnóstico e tratamento de doenças, com o objetivo de melhorar a saúde e bem-estar da população. Desta forma, a Física Médica proporciona os fundamentos físicos necessários à diversas técnicas terapêuticas e diagnósticas e a base científica para a compreensão e desenvolvimento das tecnologias de diagnóstico e tratamento médico, e estabelece os critérios para a correta utilização dos agentes físicos empregados em Medicina.
O curso de Física Médica tem como característica a interdisciplinaridade e é baseado nos fundamentos da Física. Os profissionais desta área têm atuado em harmonia com especialistas de outras áreas do conhecimento, tais como médicos, biólogos, químicos, engenheiros e matemáticos. Além disso, os conhecimentos desenvolvidos na Física, quando aplicados à Medicina, têm proporcionado um progressivo avanço na qualidade e variedade de métodos de análise, diagnóstico e tratamento de doenças. Como exemplo, pode-se citar o desenvolvimento de novos equipamentos e técnicas menos agressivas no tratamento radioterápico do câncer. Deste modo, o profissional de Física Médica desempenha um papel importante no mundo atual, onde o conhecimento isolado não mais atende às necessidades sociais.
A demanda por profissionais qualificados em Física Médica pode ser creditada, principalmente, ao avanço tecnológico crescente dos equipamentos utilizados pelo setor da saúde. Aceleradores lineares, tomografia computadorizada, câmaras gama, tomografia por emissão de pósitrons, ressonância magnética nuclear, dentre outras técnicas diagnósticas ou terapêuticas, são exemplos de áreas que necessitam de um profissional qualificado para sua operacionalização e desenvolvimento.
O curso de Física Médica da UFU foi implantado em 2009, por meio da Resolução CONSUN no 05/2009, visando contribuir para a redução da carência não apenas regional, mas também nacional, de físicos médicos no país. O início das atividades do curso ocorreu no primeiro semestre de 2010, com o ingresso da primeira turma.
Objetivos
O objetivo principal do Curso de Bacharelado em Física Médica é a formação de profissionais com perfil multidisciplinar, capacitados de habilidades, competências e atitudes necessárias para atuação nas áreas de interface da Física com as Ciências Médicas e Biológicas. Para tanto, deve-se oferecer uma sólida formação teórica e prática em Física e uma visão geral das áreas de interface, dentre as quais podem-se citar: Química, Matemática, Biologia, Medicina, Computação; o que deve prover não apenas uma formação fundamental, como também o espírito criativo e crítico-científico dos alunos, sempre em consonância com os preceitos éticos. De caráter interdisciplinar, o Curso tem uma grande interface, tanto com os Cursos de graduação e pós-graduação da UFU, quanto com as áreas aplicadas às Ciências Biológicas e da Saúde. Neste contexto, os objetivos específicos do Curso na formação do Físico Médico são:
• Fornecer uma sólida formação teórica e prática em Física, que leve ao efetivo domínio de seus fundamentos nas áreas clássica e moderna, e nas suas aplicações em Medicina e Biologia;
• Propiciar habilidades abrangentes e instrumentais, teóricas ou práticas, relacionadas à capacidade de entendimento dos princípios de funcionamento e desenvolvimento de novas tecnologias;
• Fornecer conhecimento científico necessário para a interpretação crítica e objetiva da realidade científica, assim como a capacidade de intervenção nesta realidade;
• Capacitar o estudante para diagnosticar, formular e encaminhar a solução de problemas experimentais e/ou teóricos, reais ou abstratos, fazendo uso dos instrumentos laboratoriais ou métodos matemáticos apropriados;
• Desenvolver um senso ético profissional, respeitando a pluralidade de ideias e as consequentes responsabilidades sociais;
• Reconhecer as relações entre a Física e as outras áreas do saber, assim como desenvolver o espírito crítico por meio do contato permanente com a sociedade;
• Integrar o ensino de graduação com o de pós-graduação, na busca incessante pela atualização do conhecimento científico na área, e contribuir para a criação de novas linhas de pesquisa da pós-graduação.
Para saber mais procure a coordenação do curso de Física Médica.
Caracterização do Egresso
O perfil desejado do bacharel em Física Médica será o de um profissional com sólida formação em Física, bem como em suas aplicações na área de Saúde, conhecedor do método científico, preparado para enfrentar novos desafios e buscar soluções de problemas de forma criativa e com iniciativa, agindo de maneira ética e com perseverança. Ele deve ser capaz de utilizar prioritariamente o instrumental teórico e/ou experimental da Física em conexão com outras áreas do saber, como, por exemplo, Medicina, Biologia, Biofísica, Química e incontáveis outros campos, atuando de forma conjunta e harmônica com especialistas de outras áreas. Como profissional da área de Física Aplicada, ele deve ser capaz de identificar problemas e formular estratégias para sua solução, interpretar informações, avaliar novas situações de forma científica, comunicar opiniões científicas de forma clara, além de ser capaz de reconhecer suas próprias limitações de conhecimento ou habilidades.
Além disso, o futuro profissional deverá ser capaz de trabalhar com a diversidade das especialidades das outras áreas do conhecimento, o que deve habilitá-lo a atuar não só no meio acadêmico, mas também em diversas entidades ligadas à área de Saúde, como: hospitais, centros de imagens e de pesquisas biomédicas, biológicas ou industriais, e agências regulatórias.
- A diversidade de atividades e atuações pretendidas para o Bacharel em Física Médica requer qualificações profissionais básicas comuns, que devem corresponder a objetivos claros de formação que, para o bacharelado, podem ser enunciadas sucintamente através das competências essenciais desses profissionais:
- Dominar princípios gerais e fundamentos da Física, estando familiarizado com suas áreas clássicas e modernas, tendo consciência do modo de produção próprio desta ciência - origens, processo de criação, inserção cultural - tendo também conhecimento das suas aplicações em várias áreas;
- Descrever e explicar fenômenos naturais, processos e equipamentos tecnológicos em termos de conceitos, teorias e princípios físicos gerais;
- Diagnosticar, formular e encaminhar a solução de problemas físicos, experimentais ou teóricos, práticos ou abstratos, fazendo uso dos instrumentos laboratoriais ou matemáticos apropriados;
- Estar engajado num processo de contínuo aprimoramento profissional, procurando sempre manter atualizada sua cultura científica geral e sua cultura técnica profissional específica;
- Desenvolver uma ética de atuação profissional e a consequente responsabilidade social, compreendendo a Ciência como conhecimento histórico, desenvolvido em diferentes contextos sócio-políticos, culturais e econômicos.
- Perceber o quanto o domínio de certos conteúdos, habilidades e competências próprias à Física importam para o exercício pleno da cidadania.
De acordo com a IAEA (IAEA 2010), podem-se definir dois perfis de profissionais em Física Médica, dependendo da atividade que estes realizam:
- Físicos médicos clínicos: profissionais que trabalham em instituições médicas (hospitais ou clínicas), onde desempenham atividades assistenciais, docência ou de pesquisa, e que tenha recebido treinamento clínico supervisionado em Física Médica.
- Físicos médicos não-clínicos: profissionais que desempenham atividades docentes e de pesquisa acadêmica em Universidades ou centros de pesquisa.
Na área clínica, o físico médico é parte integrante de uma equipe multidisciplinar, envolvida no diagnóstico e tratamento de pacientes com radiações ionizantes ou não-ionizantes, e contribui na garantia de altos padrões de qualidade do serviço em hospitais e clínicas. Ele é o profissional responsável pela garantia de que as instalações que utilizem radiação para imagens diagnósticas ou terapia sigam as regulamentações ou recomendações vigentes, especificadas pelos órgãos nacionais ou internacionais competentes, bem como pelo desenvolvimento e implementação dos aspectos físicos e técnicos dos programas de garantia de qualidade em procedimentos diagnósticos e terapêuticos (IAEA 2013). Na área de pesquisa, o físico médico atua no desenvolvimento de novos equipamentos, tecnologias ou métodos para melhoria das técnicas de diagnóstico, terapia ou proteção radiológica. Em ambos os casos, o físico médico atua na educação e treinamento em Física e Proteção Radiológica aos profissionais da área de saúde, como médicos, enfermeiros, técnicos, e também a estudantes de graduação ou pós-graduação (IAEA 2010, IAEA 2013). Cabe ressaltar que, pela própria diversidade das áreas da Física Médica, estes dois perfis de atuação profissional não são, de forma alguma, mutuamente excludentes entre si.
Quando se consideram estes dois perfis de atuação, torna-se essencial que o curso de Bacharelado em Física Médica forneça a formação básica adequada, que permita ao egresso do curso condições de se especializar para atuar como físico médico clínico ou não-clínico, conforme suas aptidões e/ou preferências.
Assim, em síntese, pode-se afirmar que o perfil desejado do bacharel em Física Médica será o de um profissional com sólida formação em Física, bem como em suas aplicações na área de Saúde, conhecedor do método científico, preparado para enfrentar novos desafios e buscar soluções de problemas de forma criativa e com iniciativa, agindo de maneira ética e com perseverança. Ele deve ser capaz de utilizar prioritariamente o instrumental teórico e/ou experimental da Física em conexão com outras áreas do saber, como, por exemplo, Medicina, Biologia, Biofísica, Química e incontáveis outros campos, atuando de forma conjunta e harmônica com especialistas de outras áreas. Como profissional da área de Física Aplicada, ele deve ser capaz de identificar problemas e formular estratégias para sua solução, interpretar informações, avaliar novas situações de forma científica, comunicar opiniões científicas de forma clara, além de ser capaz de reconhecer suas próprias limitações de conhecimento ou habilidades.
Referências:
IAEA (2010) El físico médico: Criterios y recomendaciones para su formación académica,entrenamiento clínico y certificación en américa latina, IAEA Human Health Reports No1, International Atomic Energy Agency, Viena.
IAEA (2013) Roles and responsibilities, and education and training requirements for clinically qualified medical physicists, IAEA Human Health Reports No 25, International Atomic Energy Agency, Viena.
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